quarta-feira, 29 de abril de 2009

"Lara teve sua estréia na cena eletrônica em 2001, após alguns anos de conhecimento, comecou a tocar, e desde então, vem se destacando como uma grande revelação por onde passa.Tanta dedicação rendeu uma respeitável posição no cenário eletrônico nacional e um convite para fazer parte do selo mexicano Nebular Hypott. Possuidora de uma técnica incomum alia em seus sets, o carisma e a sensibilidade feminina ao fullon, abusando de melodias e sons cheios de groove. A Dj já tocou em festas e privates como: Goa Trance, Natural Trance, Sunset, Positive, Satisfaction e clubs como: Unique, Bunker, Emporium, Fosfobox, passando pelos estados de RJ, Minas Gerais e Ceará,se apresentando ao lado de artistas como: Wrecked Machines, Visual Paradoxx, X-Noize, Perplex, Space Cat, Cyrus the Virus, Ferbi Boys, Sesto Sento, Liquid Soul, Tim Healey,Time Lock, Dual Core,Tristan, DNA, Stereomatic, Alien Project, Bizzare Contact, entre outros."

Lara, como de praxe, por favor, se apresente para os leitores do blog.

Olá, meu nome é Lara Brittes, tenho 21 anos, e sou dj de Full on ha quase 4 anos.

Acompanho seu trabalho desde a Nasty Music de 2006, onde você fazia um VS com o Dj Allan Pinheiro e a partir de então passei a curtir sua música e prestar atenção o quanto as pessoas também estavam curtindo. Quando e por que você resolveu ser DJ de música eletrônica?

Eu entrei na cena eletrônica muito nova, com apenas 14 anos, isso foi em 2002, quando fui na minha primeira rave e fiquei apaixonada pelo estilo de festa, estilo de som, pessoas diferentes... Não sei muito bem o porquê, mas eu logo que conheci a cena, já tinha uma vontade enorme de ser dj, na época as únicas mulheres djs de full on aqui no Rio eram a Penélope e acho que a Marian Flow(se eu não me engano, ela tocava full on nessa época) eu achava o máximo ver as duas mixando. Me lembro de ficar em casa ouvindo uma música do Astrix que chama Junosis, e ficar com os olhos fechados, me imaginando tocando essa música, sem ter nenhuma idéia de como funcionava o mixer e os cdjs. Fiquei entre 2002 e 2005 apenas curtindo as festas, estudando as músicas e procurando um curso de dj. Em 2005 descobri o Conexão psy, onde rolava um curso ministrado pelo Roosevelt, me matriculei e fiz todo o curso, comprei meu equipamento e comecei a praticar, em poucos meses fui sendo convidada para tocar em algumas pequenas festas aqui em Niterói. Ano passado toquei essa mesma música(Junosis) em uma festa no Topo do Rio, foi incrível, uma sensação real de um sonho concretizado.

Quais os Djs e Projetos influenciaram seu estilo de tocar e de música?

Astrix, GMS, Infected Mushroom, 1200mics, Wrecked Machines, Beat Hackers, Perplex e outros (a galera que eu mais curtia na época) e djs como a Penélope, Marian, Livia, Tati, pessoas que eu admiro muito.

DJ ainda é uma profissão predominantemente masculina, ainda mais no fullon. Qual o principal motivo para ter escolhido tal estilo entre tantos outros dentro da e-music?

Amor mesmo, o full on é minha paixão, desde que conheci a cena, nunca mudei de opinião quanto a isso, e ser DJ é muito complicado, se não tocar o que você AMA de verdade, não vale a pena.

Já sofreu algum tipo de preconceito por ser mulher e estar nesta profissão?

Explícito não, nunca passei, mas acho que por tradição, e inconscientemente, muitas pessoas têm esse preconceito enraizado e acabam não acreditando no total potencial de uma mulher, justamente por ser uma mulher, mas acho que a cada dia isso vem diminuindo, a gente vê aí muitas meninas em ótimos horários nos line ups.

O que o fullon tem e que te “encanta” que as demais vertentes não tem?

Emoção.

Na mesma época que conheci seu trabalho, muitos Djs/Projetos estavam surgindo. E hoje em dia, poucos dos que “surgiram com você” continuam na carreira. O próprio Allan Pinheiro uma vez me disse que estava desiludido com a profissão, e por isso a largou, toucando apenas em poucas festas para amigos. Pra você qual o principal motivo para isto acontecer?

Como eu disse antes, ser DJ é muito complicado, o espaço é concorrido, existem muitos djs tocando de graça por aí e muitos que só tocam nas festas por terem o famoso "contato", isso resulta em um monte de festa com line up bastante fraco, isso causa uma certa irritação(rss) e logo, desilusão. Você pensa que está se esforçando a toa.

O que um DJ precisa ter e fazer para se destacar entre os demais, tendo em vista que percebemos que está é uma profissão um tanto quanto saturada?

Distinção, diferenciação, algo que chame atenção e ele não passe a ser apenas mais um dj no meio de tantos.

Ou você acha que “todos” tem seu espaço? Por que?

Acho que espaço tem para todos, o negócio é conseguir se manter nesse espaço.

Você acha que por tudo isso descrito acima, esta é uma profissão que vem se desvalorizando?

De certa forma sim, pois o que mais vemos hoje em dia, é essa enorme quantidade de djs nada qualificados, sem prática, ocupando espaços em line ups, isso faz com que "qualquer um" hoje em dia possa se tornar dj e tocar em uma "festinha", e é o que está acontecendo, de repente todo mundo virou dj. (rs)

Nítido é que que a cada dia que passa o low bpm vem ganhando mais espaço entre os eventos e amantes de música eletrônica, muitos djs de outras vertentes migraram para este estilo. Você, junto ao Ravi, começou a fazer transições nas festas. Por que desta escolha? E por que não fazer como a maioria e tocar, por exemplo, electro ou prog?

A transição, eu comecei a fazer justamente por causa do Ravi; Ele já fazia antes, e quando a gente começou o projeto Ravi & Lara, os produtores já estavam acostumados a contratar o Ravi para fazer transição, então eu aceitei o "desafio". Eu acho que esse lance do full on ficar nessa gangorra, uma hora está por cima, noutra por baixo, é muito questão de "modismo", a impressão que tenho, é que algumas pessoas não conseguem ter vários gostos musicais ao mesmo tempo, então escolhem um a cada momento, e defendem, como se não pudessem gostar dos dois, ou mais, e aí de repente alguém diz que o full on é música de "frito"e electro é música de gente madura, essa pessoa que não tem uma opinião muito formada, acata essa idéia e sai espalhando, e por aí vai. Quem gosta de verdade não passa por isso, ou então pode não gostar de um determinado estilo de som, mas não tem preconceito (isso pra mim não existe, preconceito com música, acho um absurdo) Então acho que como os djs e produtores têm que se adaptar ao público, muitos djs mudam de estilo para terem mais oportunidades, mais festas, ou talvez porque realmente conheceram um estilo de som novo que agradou mais... sei la, isso depende de cada um. Eu não troco o full on por nada, pelo menos por nada que eu conheço até agora. (rss)

Qual a importância de uma boa transição para o bom andamento de uma festa?

A boa transição faz com que a mudança de estilos musicais aconteça com extrema sutileza, a pessoa vai dançando, dançando, e quando repara, já mudou o estilo. Acho isso incrível, e o melhor é acompanhar o público mudando o jeito de dançar aos poucos.

Até hoje escuto que uma apresentação inesquecível sua foi um VS feito com o Allan Pinheiro na Sunset em que teve o Du Serena e a Tati Sanchez. Para você, qual sua melhor apresentação? Por que?

Hunn, não sei dizer qual foi a melhor, foram muitas apresentações que eu gostei muito, mas ultimamente, acho que a melhor foi na Ecológica, dia 17/04/09 em Volta Redonda, muito tempo que eu não via um público tão vibrante com o full on, a galera curtiu demais o set, e eu sei que foi uma ótima apresentação porque senti reconhecimento, e claro, reação da pista. Foi emocionante, valeu a pena demais.

O que te faz achar que uma apresentação sua tenha sido perfeita?

Reconhecimento do público, quando a pista reage muito bem às músicas, e depois a galera vem me parabenizar e mostrar o quanto gostaram, acho que nada é perfeito, mas isso mostra que seu set agradou bastante.

Como você vê a interação publico – Dj? Acha que isto é essencial para um bom andamento do set ou o bom andamento do set que reflete na pista, tornando-a dançante e única?

As duas coisas. as vezes pego pistas meio "mortas", talvez pelo horário, pela preferência musical, etc, dessa forma, dá uma certa desestimulada e o set que poderia ficar ótimo, fica mais ou menos. O meu humor, minha interação, depende muito da pista, eu me reflito nela, como um espelho. Se a galera estiver vibrando, pulando, eu vou fazer o mesmo, pois vai rolar troca de energia, se não, eu fico na minha, faço o set, mas não rola muita interação, e isso faz com que a apresentação passe de certa forma, despercebida. Acho que esse lance de interagir, depende muito do horário que você pega, da região... Já cansei de tocar o mesmo set em duas cidades diferentes, e em uma bombar muito, e na outra ficar morto.

Qual e onde foi o seu maior público? Qual a sensação de ver milhares de pessoas dançando ao ritmo de sua música?

Não sei se foi na GOA(JF) ou na Nit Parade, em ambas toquei pra um público maior do que 4.000. É uma sensação muito boa, sem dúvidas, ver aquelas pessoas todas ali curtindo você, seu som... saber que muitas foram à festa para te ver. Mas como eu disse anteriormente, não adianta nada tocar para um público de 10.000 se esse for "desanimado", eu prefiro tocar para 50 pessoas vibrando, do que pra 50.000 desanimadas, ou cansadas.

Lara, muito obrigado pela entrevista, espero que tenha gostado. Gostaria que deixasse um recado para os leitores do blog.

Obrigada você Rodrigo, adorei as perguntas.
Nunca desistam dos seus sonhos, por mais impossíveis que eles pareçam ser, saibam dos seus valores, personalidade, e não deixem que outros digam o que você sabe que não é !
É isso, desejo tudo de bom para vocês, muito AMOR, e que continuem curtindo meu trabalho(aqueles que acompanham e gostam :)
See ya ;)
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terça-feira, 21 de abril de 2009


Beto Vilela, fotografo e amante de música eletrônica, nesta entrevista mostra porque tem se tornado um dos principais fotógrafos de eventos. Com dedicação, inspiração e muito amor pela fotografia vem nos mostrando em cada momento registrado uma técnica única de se fotografar, destacando-se assim, rapidamente, entre os demais fotógrafos, mostrando ainda que sempre está disposto a aprender e se qualificar cada vez mais, para, que desta forma, consiga viver de arte, num futuro próximo.

1.Fala Beto... Muito Obrigado por ter topado participar desta entrevista. Gostaria que você se apresentasse para os leitores.

Oi Rodrigo!
Bom, sou o Beto Vilela, fotógrafo (pelo menos é o que dizem rs...) especializado em cobertura de e-music, mas faço fotos de todos os tipos, do social ao casual, muito prazer!

2.Como surgiu a vontade de fotografar e ter isso como profissão?

Sempre gostei de fotos, principalmente de fotos antigas. Ficava imaginando a cena se formando, as roupas, os detalhes, a história da foto. A partir daí eu pensei o quanto seria interessante se fossem as minhas fotos a contar histórias, a trazer lembranças e etc. Foi assim que surgiu o interesse na fotografia, na necessidade de eternizar momentos únicos.
Ter como profissão ainda é um sonho, hoje apesar da fotografia viver em mim, eu não vivo da fotografia. Mas espero um dia poder viver.

3.E como e quando você começou a gostar de música eletrônica?

Não tenho datas exatas, alias sou péssimo com datas (rs)! Mas a e-music sempre me fascinou. Uma musica que você escuta e pode sentir, alem de toda a magia que gira em torno... Eu sou muito “viajão” e essa musica me ajuda nisso, abre minha mente, é bom demais!

4.Como resolveu unir fotografia e e-music?

Duas coisas que amo! Não foi difícil uni-las (rs) . Viajo em meus clicks junto com a musica. É como se um completasse o outro. Tem gente que usa diversos meios para curtir uma festa, eu uso a foto. Eu ia às festas e sempre levava minha câmera. Na época, divulgava minhas fotos no orkut e no antigo flogão. Fotografava para mim mesmo, até que um dia, em alguma edição da Trance in Mountain, recebi uma proposta de fotografar para um site especializado. No início confesso que não me agradou muito a idéia, afinal, odeio fotos de galerinha posando em frente a câmera, com trocentos dedos em frente ao rosto.... Enfim, entrei no site, conversei com os responsáveis e vi que a proposta era boa. As fotos que eles procuravam eram no estilo que eu gosto de fazer. Acertado isso, já tem uns 3 anos que fotografo para eles, porém sem exclusividade. Faço meus trabalhos em paralelo, fecho minhas coberturas, ou seja, tenho meu espaço.

5. Percebo hoje em dia um “boom” de fotógrafos profissionais e amadores em eventos. Pessoas que não visam isso como uma profissão, pessoas que só querem ser fotografos por status, para “chegar nas gatinhas”. Como você analisa isto tudo?

Vejo isso com um certo receio... Um fotógrafo tem sim um certo status na cena, as vezes somos mais conhecidos que alguns Djs (e ainda sim ganhamos menos rs.), mas isso não é de um dia pro outro, leva tempo. E ainda tem o fato de que você pode ser conhecido positivamente ou não. Tudo depende do trabalho que você apresenta e da forma como ele é executado. Acho que esse “boom” poderia ser ótimo, mas não tem sido. Uma boa concorrência, pelo menos em meu ponto de vista, é sempre muito bem vindo! Adoro desafios. Se entra um cara na cena que vejo que é bom, com muita humildade, vou trabalhar para tentar ser melhor que ele, e essa “disputa” no final das contas acaba sendo boa para todos, pois o resultado final fica espetacular. Agora, quanto a esses “outros fotógrafos” que querem só aparecer, me desculpe, mas acho que são descartáveis, não duram na cena. Porém atrapalham de certa forma o trabalho dos profissionais sérios. Investimos alto em equipamentos e treinamentos, e temos que cobrar por isso. Esses outros não. Compram uma quadradinha de R$ 200 e trocam cobertura por ingressos. E o pior é que tem produtor que aceita. Isso realmente me chateia.

6.Dos profissionais sérios, como o Rodrigo Fávera e o Leo Chaves, por exemplo, algum deles te inspirou para você obter um modelo de fotografia? Ou você crê que cada um tem sua peculiaridade e personalidade fotográfica?

Minha inspiração vem de um conjunto de várias coisas: vem da minha namorada, dos meus amigos, da decoração, do som, enfim. Isso acaba criando um modelo único em cada foto. Não me inspiro nem me espelho nos amigos citados, embora ache o trabalho de ambos um espetáculo e bem distintos. Claro que tenho o meu favorito, mas vou deixar no ar para aguçar a imaginação dos seus leitores (rs). Cada um tem sim suas técnicas e seu olhar fotográfico. Fotografar não é simplesmente “apontar e atirar” como muitos acreditam. Se fosse tão simples, não deixaríamos tantos produtores na dúvida sobre qual profissional escolher (rs)

7.Você consegue, ao ir fotografar um momento, imaginar ou sentir como sairá a foto?

Sem dúvidas! Vejo a foto até mesmo antes de a cena acontecer. Visualizo os efeitos que vou utilizar, o angulo que ficaria bom, as cores ou falta delas. Não é difícil saber como vai ficar a foto. O problema é quando eu não estou com “minha nega” (é assim que chamo minha câmera). Porque vezes andando pelas ruas, ou qualquer outra situação, vejo uma cena e penso: “nossa, isso renderia um bom click”. Queria ter uma interface usb para transferir os arquivos fotográficos da minha mente (rs.Eu sei, eu viajo! Hehe)

8.Em uma rave, o que mais lhe chama atenção para ser fotografado? Quais as principais diferenças de fotos em eventos indoor e open air?

Não só nas raves, mas em qualquer trabalho, são os detalhes que me chamam atenção. Sou muito preso ao que não tem importância para as maiorias das pessoas. Se tiver uma pessoa dando show em algum ponto da festa onde todos estão olhando para ela e eu, por exemplo, vejo uma borboleta passando e pousando no CDJ do DJ, com certeza é na borboleta que você vai me achar.
Indoor e open, ambientes bem diferentes de se fotografar. Indoor com certeza muito mais chato e difícil. Exige muito mais técnica e um bom equipamento também ajuda. Não é qualquer um que consegue bons cliks em uma festa dessas, na maioria sai o arroz com feijão. Uma boa iluminação na pista e nos pontos principais são de suma importância para boas fotos, caso não tenha, não dá pra inventar. A dica é conhecer o lugar. As fotos vão melhorando a medida que você vai conhecendo. Se nunca foi, chegue cedo, faça testes, experimente ângulos e ajustes, imagine cenas, enfim, viaje!
Já a open, quando não chove, é sempre um luxo! Você tem uma infinidade de ângulos, a liberdade para fotografar, décor (decoração), estrutura, público. Os elementos para se trabalhar são bem maiores. E o fator principal: a iluminação. Nada se compara a luz do sol. O grande segredo da fotografia é a iluminação ...

9.Percebo que muitas pessoas ao se flagrarem sendo flagradas por vocês, forjam um momento, sendo falsamente espontâneas. Como você enxerga essas pessoas?

Cada um age de uma forma diante de uma lente. Tem gente que sabe que esta sendo fotografada, mas finge que não está vendo, tem gente que se esconde, tem gente que se deslumbra... Vai muito da pessoa. Particularmente, eu acho as fotos verdadeiramente espontâneas bem melhores. E não sou o único. Por isso eu prefiro ver e não ser visto na hora de fotografar. Então para essas pessoas fica a dica: se há uma lente apontada pra você, é porque de alguma forma, já chamou a atenção do fotógrafo. Não é preciso pendurar uma melancia na cabeça. Em muitos casos as fotos já foram ate feitas, e as que serão aproveitadas, em 90% das vezes, irão ser as que você nem chegou a ver.

10.Existem também pessoas que pedem fotos e simplesmente começam a dançar na sua frente também para parecer que foi algo “flagrado / inusitado”?

Nossa, e muito! E como apelo eu peço: por favor, não façam isso! (Rs.) Eu atendo né! Afinal, de certa forma, são meus clientes. Mas vale a pena porque me rende muitas gargalhadas e histórias pra contar (hehehe).

11.Notório é que um fotógrafo trabalha e muito durante um evento, e ainda, que este trabalho não acaba após o fim da festa, pois tem que trabalhar e editar as fotos também, antes de lançá-las. Ser fotógrafo de evento tem sido bem recompensado financeiramente ou precisa-se de um outro serviço para complementar a renda?

Na cena eletrônica não somos valorizados pelo nosso trabalho, isso é fato!
Não desmerecendo o trabalho dos DJs (nunca!), mas se eles ganham uma média de R$ 250 por hora, porque um fotografo tem que ganhar menos? Em uma cobertura oficial, o dia começa bem antes da festa e só termina cerca de uma semana depois, dependendo do número de registros. A festa, o som, as bebidas, isso tudo acaba no momento em que a festa se encerra. Mas com quem é que ficam os registros? Quanto será que vale uma lembrança? Vale lembrar também que um fotógrafo pode arruinar ou levantar uma produtora. Se o fotógrafo for a uma festa, pegar apenas “os erros” ou a parte ruim dela e divulgar isso, ele pode “queimar” a produção, por melhor que a festa tenha sido. Mas se ele captar apenas as coisas boas, mesmo a festa tendo sido ruim, a imagem do evento será a melhor possível.
Da pra viver de foto? Bem, dizem que sim. Eu sinceramente não sei, mas digo que se for depender de festas eletrônicas, não da não. Não com um trabalho de qualidade. Minha fonte de renda não é a fotografia, então eu sei bem que hoje não conseguiria manter meu padrão de vida se fosse viver só das fotos. Apesar de ter isso como meta, vejo que ainda não vale a pena.

12.Em início de carreira, Djs, por exemplo, costumam fazer “amostras grátis” de seu trabalho para buscar um futuro reconhecimento e benefícios com isto. No meio fotográfico, isto também ocorre?

Ocorre sim. Eu mesmo pra criar meu portfólio fiz muitas “amostras”, não é vergonha pra ninguém. Nenhuma pessoa te contrata se você não tem o que mostrar.

13.Você acha que de alguma forma isso pode prejudicar o próprio trabalho ou de “amigos de carreira”?


Se a pessoa tiver visão isso não prejudica de forma alguma. Uma coisa é você fazer uma vez, outra é você fazer sempre. O primeiro a se valorizar tem que ser o próprio fotógrafo.


14.Hoje, muito mais do que uma festa, os eventos de música eletrônica vêm se tornando um desfile de ego, onde algumas pessoas querem ter mais “contatos”, reconhecimento, “amigos”, fotos e status que outras tantas pessoas. Como você analisa isso?

Em qualquer aspecto da vida pessoas sem luz própria não duram. Não acho isso legal. Viemos ao mundo sem nada e é assim que saímos dele. Do que adianta ter “tanto” se não for verdadeiro?

15.Como você acha que deve ocorrer o crescimento de um profissional da fotografia?

Gradativamente, um passo de cada vez. Não adianta querer correr, não adianta pegar um serviço de grande porte se você não está capacitado para isso. Se quiser correr demais você acaba chegando ao fim sem ao menos ter passado pelo meio.

16.O que se precisa ter para construir uma carreira sólida?

Talento, amor, estudo, profissionalismo, trabalho, talento, amor, estudo, profissionalismo, trabalho, talento, amor, estudo, profissionalismo , trabalho ... Conhecimento também ajuda, se você parar você fica pra trás.

17.Em raves, tudo acontece muito rápido, danças, gestos, momentos únicos... Como é feito para registrar esses momentos?

Lógico que não da para estar em dois lugares ao mesmo tempo, mas tento me manter concentrado em 100% do tempo e ligado em 220V. Atento a tudo e a todos, sempre pronto e com o dedo no gatilho. Como foi dito, tudo é muito rápido, então você tem que fazer parte dessa velocidade. Mas no geral é simples. É só entrar no ritmo da música, pois é ela quem da o sincronismo.

18.Dos eventos que você registrou, onde e porque você conseguiu as melhores fotografias?

Haras dos Anjos em Santo Aleixo. Aquele lugar além de lindo é mágico, adoro trabalhar lá. Sempre volto louco para ver o resultado final. Gostei muito também de fotografar a I Love Electro de Búzios. Estávamos entre amigos, a praia de Geribá é fantástica, além de ter sido meu primeiro contato forte com crianças em festas eletrônicas. Essa edição sem dúvidas me rendeu ótimos resultados e acho que o público também curtiu bastante.

19.Quais são as coisas essenciais para se buscar uma foto perfeita?

Tecnicamente falando, a foto perfeita é o conjunto entre luz e sombra, equipamentos, edição de imagem, uma boa cena e pronto. Mas será que existe foto perfeita? Costumo dizer que, se um dia eu chegar a perfeição, é porque chegou a hora de partir ou de parar. A perfeição das fotos está mais em quem vê do que em quem registra. “O gostar” é algo muito pessoal e intransferível. Às vezes o perfeito pra um não é para o outro, e o que torna as coisas únicas são as perfeitas imperfeições de cada coisa. Se vivêssemos em um mundo perfeito aposto que a vida seria um saco!

20.Muito obrigado pela entrevista. Gostaria que você deixasse um recado para todos os leitores do blog.

Primeiro agradeço pelo convite, isso mostra que, aos poucos, estou conquistando meu espaço.
Espero não ter sido muito polêmico em minhas respostas, que fique claro que não quero arrumar brigas com Djs nem produtores, muito menos com os fotógrafos de ingresso. Só estou tentando mostrar que também fazemos parte, que temos nosso espaço, que temos que ser valorizados e que se sairmos faremos sim muita falta.
Ao público em geral, espero que tenham gostado da entrevista, e espero que tenham gostado do meu trabalho. Aceito sim criticas e sugestões quanto aos meus clicks, afinal, estou sempre buscando melhorar e aprender mais para que todos vocês fiquem bem na foto!

Obrigado, e precisando de um fotógrafo, Beto Vilela muito prazer! Rs..


Algumas fotos:
Contato:
Tel.: 21-8636-5513
Fotos Oficiais: www.flickr.com/betovilela
Email/Orkut/Msn: gvilelas@gmail.com

sexta-feira, 17 de abril de 2009

E-Solidária VII

Em sua sétima edição após ter recolhido em terno de 15 toneladas de doações nos 6 eventos anteriores, no próximo domingo, dia 19.04.2009, a E-Sólidária volta a trazer muita música de qualidade para o público carioca e freqüentador do Topo do Rio.

Como em todas as demais edições, o público pode esperar, a partir de 12:00h do domingo, um som de alto nível com DJs da cena local, e ainda aquele ótimo clima de paz e felicidade que só o Topo nos proporciona.


Ajude quem precisa dançando!


Line Up:


12:00 – Rafael Capella

13:00 - Minimalogic Live

14:00 - Nando Pavão

16:00 - Andreh Sassah

18:00 - Thainá

20:00 - Caroles


Ingresso Solidário:

3Kg de alimentos (macarrão, arroz ou feijão).

Comunidade Oficial:

http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=81826701



quinta-feira, 16 de abril de 2009

Chemical Music Festival 2009

Mais uma festa....
Será?
Não! Não é desta forma que o Chemical Music se apresenta este ano. Em uma edição comemorativa de 5 anos de existência o Chemical se consolida como o melhor festival carioca. Antes de ver o pré-line divulgado, viajando pelo myspace vi que nomes como D-nox, Ace Ventura, Boka Shade e Trentemoller já estavam confirmado para o evento. Minha primeira impressão: “Sem dúvidas este line, estas “confirmações” estão erradas, no Rio não tem um line com tantas atrações grandes em uma mesma festa.”
Em parte meu pensamento estava certo, o Chemical não é uma festa, não é uma rave, mas sim um Festival que cresceu e que tomou “corpo de gente grande”, o evento, diferentemente dos anos anteriores, não acontecerá em cidades fora do Rio de Janeiro. Então, a produção se concentrou em fazer um evento que vem prometendo ser um dos melhores da história da cidade maravilhosa.
Chemical Music Festival, traz para o RioCentro uma reunião de grandes nomes da cena eletrônica mundial no próximo dia 23 de maio, sendo mais de 30 atrações confirmadas em 12 horas de música, possuindo 2 Club Stages Temáticos, VIP Stations (Lounge 00, Koni e Skol Beats), uma VIP Stage com a tenda Gui Boratto & Friends, além do palco principal por onde passarão os grandes nomes da noite e serão apresentadas projeções em 3D.
Fazendo com que o Festival seja uma linda viajem comemorativa de meia década agradando todos os nossos sentidos, unindo e convocando o público a curti-lo de forma saudável e segura, relembrando ótimos momentos já vividos em festas na cidade, que de uns tempos para cá vem se tornando cada vez mais raro.
Poucas vezes uma estrutura como esta foi montada por aqui, a produção começou “ouvindo” os pedidos de seus clientes após uma grande pesquisa no site oficial, e agora, divulga também um mapa de como ficará organizado o RioCentro, prometendo, desta forma, todo conforto e segurança para as pessoas presentes, e claro, muita música de alta qualidade.

Atrações divulgadas:

TRENTEMOLLER
Infected Mushroom
Booka Shade
Paranormal Attack
Wrecked Machines
Ticon
D-Nox
Gui Boratto
The Twelves

Robert Babycz
True To Nature
Audio Jack
Fuizon Live
Wehbba
Ace Ventura
Killer on The Dance Floor
Kammy
Ask 2 Quit
220 V
Boss in Drama
Roger Lyra
Dri.k
Brunno Mello
Dadattack

Maiores informações no site oficial do evento:
http://www.chemicalmusicfestival.com.br/








terça-feira, 7 de abril de 2009


Após uma edição de sucesso absoluto em 2008, em que contou com a presença de Dimitri Nakov e Edoardo, a INNOVATION volta para comemorar um ano de existência dia 30 de Abril no Monte Cristo.
O evento contará com um line totalmente voltado para a vertente que cresce cada dia mais na cena eletrônica, o Low Bpm, e ninguém melhor que um dos melhores produtores e djs brasileiro para comandar a pista na grande noite de comemoração, assim, GABE sobe ao palco para tocar, em seu live, grandes sucessos de sua carreiras e músicas que fez em parceria com nomes conhecidos mundialmente como Ido Ophir, D-nox e Beckers. Além do Gabe, o line ainda terá o Karma, Rafael Abiramia, Lucas Aguiar, Le-on B2B Pedro Kurdian e o lançamento do projeto de Low do Orbital Vision, LUTHIER.

Line Up:

23h00- Karma Dj Project (Gabriel Torres & Giu Lara)
01h00- RAFAEL ABIRAMIA (Conectrends)
03H00- GABE LIVE! (Wrecked Machines)
04h00- Lucas Aguiar (Innovation)
05h30- LUTHIER LIVE! (Orbital Vision)
06h30- Le-on B2B Pedro Kurdian (Innovation/Stereo Management)

O Club Monte Cristo fica em Itaipú – Niterói (Est. Francisco Cruz Nunes 106) e os ingressos estão custando R$ 30,00 e R$ 20,00, masculino e feminino, respectivamente, estarei vendendo ingressos, entrar em contato através do email: rodrigodacostamarques@gmail.com , ou orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?rl=mp&uid=13374346548031825742 .

Release:

• Gabe
“O aclamado produtor nacional Gabe, conhecido por ser integrante de projetos de sucesso como wrecked machines, growling machines & velkro, apresenta um novo projeto de minimal techno: Gabe Live.
Toda a força de suas produções solo e em parceria com produtores como d-nox, beckers & ido ophir gera bastante expectativa em torno das novas músicas e do live .
Gabe concluiu 2 remixes para o hit "park it in the shade" & como a do produtor inglês sasha, que será lançado por sua gravadora emfire/renaissance e o rmx "keep on" de beckers & hatfiled, que foi lançado recentemente pela gravadora alemã sprout.”




domingo, 5 de abril de 2009

Delirium, especial 1 ano


No próximo dia 23 de maio, o Clube dos Médicos (Biomédicos), em Apiacá – ES, recebe a edição comemorativa de um ano da festa Delirium. O Evento terá seu início as 13:00h do sábado e terminará as 05:00h do domingo, para que assim, o público possa curtir muito mais que apenas uma festa, podendo desfrutar de todo o conforto que o local oferece, além de ter uma bela vista e ótima piscina para aproveitar o máximo um dia que entrará para a história da cidade. Sem dúvidas vale a pena ir a Delirium e curtir uma tarde maravilhosa ao som de muita música boa, vendo o sol se por e nascer novamente, com muitos amigos, e claro, com todo o respeito que o público merece ter, tendo em vista que nesta edição mais do que especial, a produção do evento promete surpreender a todos, com uma bela estrutura e um som de primeira qualidade.
Vale ainda frizar que os lives do Analog Drink e do Ga-Z, além dos sets do Thiago Tavares, Snarf, Dual Tech, Raphael Siqueira, Rolf, Duom entre outros, promentem não deixar a pista ficar parada um minuto e quando anoitecer, para interagir com a música terá um show de imagens feitas pelo VJ Gelows que esteve no Universo Paralello, o melhor festival de música e cultura eletrônica do Brasil, para assim hiponitizar e fazer você sentir a música eletrônica em toda sua plenitude e essência.

Line Up:

13:00 Playmobil
14:00 Thiago Tavares
15:00 Snarf (Dee Armada)
16:00 Dual Tech
17:00 Raphael Siqueira
18:00 ANALOG DRINK LIVE (ENLIGHT) (UP#09)
19:00 Rolf Special DJ Set (Natural Notes) Transição
20:30 Diffusion (SUNSET DAY PARTY)
21:30 Skt
22:30 Raphael Roquim (ELEMENTAL) BH-MG
23:30 GA-Z LIVE (Intraface Music) Varginha-MG
00:30 Duom (DELIRIUM/METAMORPHOSIS)
02:00 MacGyver
03:00 Mateus (ELEMENTAL) VARGINHA-MG
04:00 H.u.g.o
05:00 GAME OVER

VJ GELOWS LIVE IMAGENS (UP#09)

INGRESSOS:
1ºLote R$15 + 1kg alimento.
2ºLote R$20 + 1kg alimento.
Portaria: R$25
Comunidade Oficial:



sexta-feira, 3 de abril de 2009

Hommega Festival 12 Years Around The Globe

Uma das gravadoras de música eletrônica mais importes do globo, a Hommega, comemora 12 anos de existência e de sucesso absoluto. E para comemorar tal marco, será realizada dia 18 de abril na Marina Ventura (25km do Centro de Belo Horizonte – MG) a HOMMEGA FESTIVAL, e como não poderia deixar de ser, um line composto por alguns dos principais Djs e Projetos do selo, tais como Xerox & Illumination, Black and White, Gaz James, Maelstrom, Emok e Pixel, por exemplo.
A produção do evento espera em torno de 5 mil pessoas durante o evento, sendo considerado um número respeitável para a cena local. Os ingressos já estão no 2º lote, custando, assim, R$ 50,00 (meia entrada).

Line Up completo:

08h00 – Antrax
09h00 – Igor
10h00 – Gui
11h00 – MOB
12h00 – EYAL YANKOVICH
13h30 – XEROX & ILLUMINATION
14h30 – BLACK & WHITE
15h30 – PIXEL
16h30 – Max Grillo vs Rafael Cury
17h30 – HAMELIN.
18h30 – EMOK
19h30 – MAELSTROM
20h30 – Vitor Sobrinho vs Banjo
21h30 – GAZ JAMES
22h30 – Fred Penna vs Marcelinho

Site Oficial:
www.hommegafestival.com.br



quarta-feira, 1 de abril de 2009

Entrevista Caroles

" DJ Caroles te convida a uma viagem diferente a cada set. Vêm surpreendendo as pistas com musicas envolventes e dançantes seja qual for o estilo adotado entre todas as vertentes do electro, podendo passear pelo techno, prog house e até mesmo pelos inusitados electroclash e breakbeat, mas sempre com base no verdadeiro electro pesado. Com mixagens suaves, limpas e momentos bem femininos que muito agradam também aos homens, seu som sempre levanta a pista com muita personalidade e vem conquistando fãs por onde passa. "


Rodrigo: Caroles, para começar a entrevista gostaria que você se apresentasse, comentando como e porque surgiu a vontade de ser DJ.

Oi gente, meu nome é Caroline, tenho 23 anos e atualmente som mais conhecida como Caroles. Sou uma pessoa completamente apaixonada por música, seja ela de qualquer estilo ou nacionalidade. Sempre fui a responsável pelo som nas festinhas, viagens ou reuniõezinhas da galera mesmo antes de virar dj, a galera arrumava tudo e me falava pra levar os cds e sets maneiros que só eu tinha e que todo mundo gostava. Até que certo dia, através do meu namorado, tive meu primeiro contato com os cdjs. Daí foi aprender a mixar e me apaixonar por fazer a coisa ao vivo, que cá entre nós, é muito melhor do que um cd gravado.rs

Rodrigo: Quais Djs e Projetos serviram e servem como base pra sua carreira? Por que? Em que eles te influenciam e como você tenta aprender com eles?

Como dj eu gosto muito de ver verdadeiros djs em ação, que colocam a mão na massa ali na hora mesmo. O Tocadisco é um que tem muita versatilidade e que nunca perco a oportunidade de assistir, já vi sets de estilos completamente diferentes dele, e todos me agradam muito, sou muito fã! Tim Healey também não canso de ver, seu conceito musical com toda aquela mistura é um dos que mais me influenciam. Tem muitos, poderia ficar falando o dia inteiro deles..rs Não só no meu estilo, curto observar outros tb, Rica Amaral sempre mandando muito bem nas carrapetas, Steve Angello fenomenal.. Ah, não poderia deixar de citar o Roger Lyra, sempre fico babando nas mixagens dele, coloca muito dj gringo no chinelo. Sempre que ta rolando um dj bom eu presto atenção em tudo, nas sensações que estão passando para as pessoas e com que tipo de som estão conduzindo a pista, absorvendo tudo que puder pra minha própria evolução. Dos lives gosto daqueles projetos que surpreendem, que tocam músicas novas que ainda não foram lançadas e versões exclusivas daquelas velhas conhecidas que todo mundo ama. Amo & Navas e Electrixx sempre vêm com coisas novas por exemplo. Quando eu vejo o cara atrás do pc sem fazer muita coisa (ou fingindo que está fazendo) eu não dou muita bola, embora admire suas belas produções.


Rodrigo: Vemos na cena eletrônica, qualquer que seja a vertente, a predominância de Djs homens. Poucas são as mulheres, como você, que se destacam. Qual o motivo disto acontecer?

Na verdade não são poucas as mulheres que se destacam, são poucas as mulheres que se interessam e investem profissionalmente na coisa! Assim como existem poucas jogadoras de futebol que se destacam também, acho que mais pela questão de quantidade do que de qualidade. Já que esta nada tem haver com o sexo da pessoa. Mas sei que a maioria das mulheres prefere curtir a festa e dançar sem preocupação nenhuma na cabeça, ‘girls just wanna have fun!’rs Eu, ao contrário da maioria, gosto dessa responsabilidade de comandar o som da festa.

Rodrigo:Você acha que ainda rola algum preconceito com a DJ ou seria porque esta é uma profissão predominantemente masculina? O que você tem a dizer para mulheres que pretendem se tornar uma DJ?

Nunca senti nenhum tipo de preconceito não, pelo contrário, vejo muito gente que admira as mulheres nas pick-ups e isso se torna até um diferencial positivo pra nós. O que pode acontecer é de algumas djs serem muito bonitas e as pessoas acharem que ela está ali só pra ‘enfeitar’ o line up, aí cabe a ela mostrar a que veio! Acho que nós mulheres temos mesmo um sexto sentido e uma sensibilidade maior que os homens, e temos que usar isso ao nosso favor. Meninas, mão na massa! Vamos mostrar nosso talento!!

Rodrigo: Quais são as e os principais Djs e Projetos atuais nacionais e/ou internacionais? Por que?

Essa é uma questão muito pessoal, pra mim na cena nacional de hoje no electro não tem pra ninguém, o Barudi ta vindo com tudo, músicas com muito conteúdo e elaboração sem se prender a nenhuma regra, vejo claramente influências de todo tipo de música eletrônica nas tracks dele e boto fé que muita coisa boa vai surgir daí. Gui Boratto é exemplar, produções que dão vontade de comer!rs, além de representar muito bem nosso som lá fora. Mora & Nacaratti e Maxximal também demonstram muita personalidade sonora, embora sejam um pouco menos conhecidos do público, mas acho que é só uma questão de tempo. Lá de fora tem uma chuva de coisa boa também, essa tal de música eletrônica vem de todo canto..rs, Deadmau5, Maurizio Gubellini, Bart B More, Olivier Giacomotto... além daqueles citados na segunda pergunta da entrevista. Enfim, tudo que dá vontade de ouvir várias vezes e que de alguma forma me faz crescer musicalmente se torna importante pra mim.

Rodrigo: Você tem toda uma presença de palco, dança, interage, e dá atenção ao público durante quase toda a sua apresentação, contagiando todo mundo assim. Qual a importância da interação artista-público?Como você sente a pista?

Olhar pra pista e ver sorrisos e pessoas dançando não tem preço, esse é o nosso maior retorno! Normalmente fico muito concentrada no som e como eu gosto muito do que toco acho que isso se reflete na minha aparência, é como se eu entrasse na música. Não sou do tipo que pula e fica com a mão pra cima o tempo todo, sou um pouco tímida..rs mas sempre antenada e com postura confiante. Essa interação é fundamental, sem o público nós não somos ninguém, temos que mostrar que viemos pra trazer alegria e não pra tocar umas musiquinhas com cara de quem ta fazendo por obrigação, seria como um animador de festa emburrado ou um palhaço triste.

Rodrigo: Cada apresentação sua é fixada de acordo com o que está acontecendo naquele instante ou você já deixa ela pré-estabelecida?

Depende. Eu gosto de fazer sets com início, meio e fim, de conduzir uma onda inteira dentro da minha apresentação. Quando a festa é importante e eu sei que tipo de som vai rolar antes e depois de mim, sim eu planejo o set e sei a diferença que isso faz na qualidade final dele. Mas isso também não quer dizer que eu não possa chegar lá e mudar tudo.. Temos que estar preparados pra qualquer eventualidade.

Rodrigo: Onde foi o melhor e o pior lugar que já tocou? Por que? Nos conte um acontecimento marcante ocorrido em sua vida enquanto comandava uma pista.

Eu curto muito o Kalesa, por ser um local onde o público é perfeito pro tipo de som que eu mais gosto de tocar. Me sinto em casa lá..rs Dos piores não vale a pena falar nomes, mas no início caí numas furadas bonitas, muitas espeluncas! Teve um lugar onde uma amiga minha viu um rato passando perto da pista e ficou traumatizada! haha

Rodrigo: Em um mercado tão fechado e concorrido, vejo um som muito semelhante e coincidentes até em diversas músicas, sets e lives de variados artistas. O que se tem que fazer para deixar de ser “mais um” e se destacar no meio de tanto DJ bom?

Ter personalidade é fundamental! Eu toco tudo o que eu gostaria de escutar e ninguém toca. O DJ bom não tem medo de ousar, confia no seu gosto e exprime sua personalidade através da sua música. Acaba por ser ‘mais um’ aquele que só toca o que vêem as outras pessoas tocando e nunca traz novidades nos seus sets. Eu passo horas e horas procurando por músicas boas entre clássicos e novidades pra sempre trazer uma coisa nova que tenha a minha cara e que surpreenda a todos.

Rodrigo: Estamos percebendo no Rio de Janeiro uma popularização de forma errada da música eletrônica. Sabemos que a música une as pessoas e ela é feita pra todo mundo, independentemente de raça, tipo físico, orientação sexual ou qualquer outro motivo, mas aqui o modismo e-music está atraindo pessoas que muitas vezes não sabe nem o que está acontecendo em determinado evento e cada vez mais as produtoras “grandes” visam atrair esse público com um line totalmente comercial para simplesmente ganhar dinheiro com isso. O que acha disto tudo?

Não acho que a música eletrônica é um modismo, faz tempo que ela chegou e ninguém precisa ser muito inteligente pra perceber que ela veio pra ficar. Como em todo estilo de música existem as pessoas que se aprofundam em conhecimento por gostar mais e ter mais afinidades e outras que estão ali só de passagem, mas que não deixam de gostar por causa disso. São afinidades relacionadas a gosto mesmo. Não acho um super pecado grandes produtoras fazerem line ups comerciais pra atrair mais público, o mercado da e-music movimenta milhões e milhões no mundo todo e aqui não seria diferente, existem festas e festas, públicos e públicos, cabe a cada um se posicionar em seu lugar. Pra bancar o cachê dos artistas que eu gostaria de ver precisaria de muitas pessoas na festa, e eu estou disposta a dividir meu espaço na pista com elas.

Rodrigo:O que você acha que mudou desde o inicio, onde você começou acurtir a música eletrônica até hoje em dia? Como você imagina a cena daqui a uns 10 anos?

Com o tempo naturalmente ficamos mais exigentes em relação às festas e à qualidade do som. Vejo muitas coisas positivas nesse ‘boom’ da cena eletrônica, só fico triste em ver festas de péssima qualidade poluindo nossa fama e pessoas um tanto quanto egoístas que se sentem ‘prejudicados’ ao ver que agora muita gente já conhece o que ‘só eles’ conheciam. Daqui há uns 10 anos imagino que surgirão muitos estilos eletrônicos novos, fusões de gêneros já existentes e várias outras novidades. Arrisco dizer que o electroclash vai virar moda e que teremos várias festas do tipo.

Rodrigo: Recentemente foi promulgada o projeto Lei nº 740 de autoria do Senador Romeu Tuma, e publicada no Diário Oficial em março deste ano, onde regulamenta a profissão DJ, trazendo direitos e deveres para tais artistas, como por exemplo, em festas onde tenha participação de artistas internacionais, deverá ter pelo menos 70% de profissionaisnacionais. Qual a importância deste ocorrido para a carreira de vocês?

Ponto positivo pra gente. É um meio (um pouco na marra) de valorizarmos nossos artistas brasileiros. Mas não tenho certeza que isso será cumprido..

Rodrigo: Você já consegue perceber que determinada música que ainda não tem uma grande aceitação ou conhecimento do público possa a vir se tornar um grande sucesso? No momento, tem alguma que se encaixe nisto?

Com certeza, existem inúmeras músicas que poderiam ser grandes sucessos, dá pra reconhecer de longe, normalmente são aquelas que parece que você já escutou em algum lugar. Eu chamo elas de “músicas que fingem ser comerciais mas não são!”rs. Pra fazer um check-up se liguem aí: Benny Benassi – Come Fly Away (Maurizio Gubellini remix) e Funkerman – Speed Up no mainstream, e The Rogue Element – Hive e 30hz – Daddio (Miles Dyson remix) no underground.
Rodrigo: Quais são seus sonhos e planos para o futuro como DJ?

Os sonhos são os planos..hehe. Pretendo ao longo do tempo ter meu reconhecimento e sucesso para poder tocar nas melhores festas e festivais do país,e depois viajar o mundo inteiro tocando pra diversos públicos diferentes. E o melhor: ganhando muito dinheiro pra isso! Não tenho pressa, tudo tem seu tempo.

Rodrigo: Muito Obrigado pela sua atenção e por ter respondido as perguntas. Agora, por favor, deixe um recado para todos os leitores do blog.

Obrigada você Rodrigo pela oportunidade de mostrar além do meu trabalho um pouco da minha filosofia perante a música. Viva a diversidade musical! Apreciem todo tipo de música, o bem que se ganha é valioso demais!


Set
Give me a Break

Instigante e diferente. Uma viagem completa entre baixos gordos, melodias suaves e penetrantes, vocais envolventes e um grande sentimento de bem estar. Uma união entre o agressivo e o relaxante, afinal, os opostos se atraem e resultam nas melhores sensações.

Link 1 (1 faixa de 63.30min):
http://www.4shared.com/file/84612934/14f113a0/Caroles_-_Give_me_a_break.html
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Link 2 (17 faixas separadamente. Não esqueçam de marcar ‘sem pausa entre faixas’ na hora da gravação):
http://www.4shared.com/file/84627706/ab3286a7/Caroles_-_Give_me_a_Break.html
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ORKUT: DJ Caroles
MSN: carolesramos@yahoo.com.br
SKYPE: dj caroles
MYSPACE: www.myspace.com/djcaroles