quarta-feira, 1 de abril de 2009

Entrevista Caroles

" DJ Caroles te convida a uma viagem diferente a cada set. Vêm surpreendendo as pistas com musicas envolventes e dançantes seja qual for o estilo adotado entre todas as vertentes do electro, podendo passear pelo techno, prog house e até mesmo pelos inusitados electroclash e breakbeat, mas sempre com base no verdadeiro electro pesado. Com mixagens suaves, limpas e momentos bem femininos que muito agradam também aos homens, seu som sempre levanta a pista com muita personalidade e vem conquistando fãs por onde passa. "


Rodrigo: Caroles, para começar a entrevista gostaria que você se apresentasse, comentando como e porque surgiu a vontade de ser DJ.

Oi gente, meu nome é Caroline, tenho 23 anos e atualmente som mais conhecida como Caroles. Sou uma pessoa completamente apaixonada por música, seja ela de qualquer estilo ou nacionalidade. Sempre fui a responsável pelo som nas festinhas, viagens ou reuniõezinhas da galera mesmo antes de virar dj, a galera arrumava tudo e me falava pra levar os cds e sets maneiros que só eu tinha e que todo mundo gostava. Até que certo dia, através do meu namorado, tive meu primeiro contato com os cdjs. Daí foi aprender a mixar e me apaixonar por fazer a coisa ao vivo, que cá entre nós, é muito melhor do que um cd gravado.rs

Rodrigo: Quais Djs e Projetos serviram e servem como base pra sua carreira? Por que? Em que eles te influenciam e como você tenta aprender com eles?

Como dj eu gosto muito de ver verdadeiros djs em ação, que colocam a mão na massa ali na hora mesmo. O Tocadisco é um que tem muita versatilidade e que nunca perco a oportunidade de assistir, já vi sets de estilos completamente diferentes dele, e todos me agradam muito, sou muito fã! Tim Healey também não canso de ver, seu conceito musical com toda aquela mistura é um dos que mais me influenciam. Tem muitos, poderia ficar falando o dia inteiro deles..rs Não só no meu estilo, curto observar outros tb, Rica Amaral sempre mandando muito bem nas carrapetas, Steve Angello fenomenal.. Ah, não poderia deixar de citar o Roger Lyra, sempre fico babando nas mixagens dele, coloca muito dj gringo no chinelo. Sempre que ta rolando um dj bom eu presto atenção em tudo, nas sensações que estão passando para as pessoas e com que tipo de som estão conduzindo a pista, absorvendo tudo que puder pra minha própria evolução. Dos lives gosto daqueles projetos que surpreendem, que tocam músicas novas que ainda não foram lançadas e versões exclusivas daquelas velhas conhecidas que todo mundo ama. Amo & Navas e Electrixx sempre vêm com coisas novas por exemplo. Quando eu vejo o cara atrás do pc sem fazer muita coisa (ou fingindo que está fazendo) eu não dou muita bola, embora admire suas belas produções.


Rodrigo: Vemos na cena eletrônica, qualquer que seja a vertente, a predominância de Djs homens. Poucas são as mulheres, como você, que se destacam. Qual o motivo disto acontecer?

Na verdade não são poucas as mulheres que se destacam, são poucas as mulheres que se interessam e investem profissionalmente na coisa! Assim como existem poucas jogadoras de futebol que se destacam também, acho que mais pela questão de quantidade do que de qualidade. Já que esta nada tem haver com o sexo da pessoa. Mas sei que a maioria das mulheres prefere curtir a festa e dançar sem preocupação nenhuma na cabeça, ‘girls just wanna have fun!’rs Eu, ao contrário da maioria, gosto dessa responsabilidade de comandar o som da festa.

Rodrigo:Você acha que ainda rola algum preconceito com a DJ ou seria porque esta é uma profissão predominantemente masculina? O que você tem a dizer para mulheres que pretendem se tornar uma DJ?

Nunca senti nenhum tipo de preconceito não, pelo contrário, vejo muito gente que admira as mulheres nas pick-ups e isso se torna até um diferencial positivo pra nós. O que pode acontecer é de algumas djs serem muito bonitas e as pessoas acharem que ela está ali só pra ‘enfeitar’ o line up, aí cabe a ela mostrar a que veio! Acho que nós mulheres temos mesmo um sexto sentido e uma sensibilidade maior que os homens, e temos que usar isso ao nosso favor. Meninas, mão na massa! Vamos mostrar nosso talento!!

Rodrigo: Quais são as e os principais Djs e Projetos atuais nacionais e/ou internacionais? Por que?

Essa é uma questão muito pessoal, pra mim na cena nacional de hoje no electro não tem pra ninguém, o Barudi ta vindo com tudo, músicas com muito conteúdo e elaboração sem se prender a nenhuma regra, vejo claramente influências de todo tipo de música eletrônica nas tracks dele e boto fé que muita coisa boa vai surgir daí. Gui Boratto é exemplar, produções que dão vontade de comer!rs, além de representar muito bem nosso som lá fora. Mora & Nacaratti e Maxximal também demonstram muita personalidade sonora, embora sejam um pouco menos conhecidos do público, mas acho que é só uma questão de tempo. Lá de fora tem uma chuva de coisa boa também, essa tal de música eletrônica vem de todo canto..rs, Deadmau5, Maurizio Gubellini, Bart B More, Olivier Giacomotto... além daqueles citados na segunda pergunta da entrevista. Enfim, tudo que dá vontade de ouvir várias vezes e que de alguma forma me faz crescer musicalmente se torna importante pra mim.

Rodrigo: Você tem toda uma presença de palco, dança, interage, e dá atenção ao público durante quase toda a sua apresentação, contagiando todo mundo assim. Qual a importância da interação artista-público?Como você sente a pista?

Olhar pra pista e ver sorrisos e pessoas dançando não tem preço, esse é o nosso maior retorno! Normalmente fico muito concentrada no som e como eu gosto muito do que toco acho que isso se reflete na minha aparência, é como se eu entrasse na música. Não sou do tipo que pula e fica com a mão pra cima o tempo todo, sou um pouco tímida..rs mas sempre antenada e com postura confiante. Essa interação é fundamental, sem o público nós não somos ninguém, temos que mostrar que viemos pra trazer alegria e não pra tocar umas musiquinhas com cara de quem ta fazendo por obrigação, seria como um animador de festa emburrado ou um palhaço triste.

Rodrigo: Cada apresentação sua é fixada de acordo com o que está acontecendo naquele instante ou você já deixa ela pré-estabelecida?

Depende. Eu gosto de fazer sets com início, meio e fim, de conduzir uma onda inteira dentro da minha apresentação. Quando a festa é importante e eu sei que tipo de som vai rolar antes e depois de mim, sim eu planejo o set e sei a diferença que isso faz na qualidade final dele. Mas isso também não quer dizer que eu não possa chegar lá e mudar tudo.. Temos que estar preparados pra qualquer eventualidade.

Rodrigo: Onde foi o melhor e o pior lugar que já tocou? Por que? Nos conte um acontecimento marcante ocorrido em sua vida enquanto comandava uma pista.

Eu curto muito o Kalesa, por ser um local onde o público é perfeito pro tipo de som que eu mais gosto de tocar. Me sinto em casa lá..rs Dos piores não vale a pena falar nomes, mas no início caí numas furadas bonitas, muitas espeluncas! Teve um lugar onde uma amiga minha viu um rato passando perto da pista e ficou traumatizada! haha

Rodrigo: Em um mercado tão fechado e concorrido, vejo um som muito semelhante e coincidentes até em diversas músicas, sets e lives de variados artistas. O que se tem que fazer para deixar de ser “mais um” e se destacar no meio de tanto DJ bom?

Ter personalidade é fundamental! Eu toco tudo o que eu gostaria de escutar e ninguém toca. O DJ bom não tem medo de ousar, confia no seu gosto e exprime sua personalidade através da sua música. Acaba por ser ‘mais um’ aquele que só toca o que vêem as outras pessoas tocando e nunca traz novidades nos seus sets. Eu passo horas e horas procurando por músicas boas entre clássicos e novidades pra sempre trazer uma coisa nova que tenha a minha cara e que surpreenda a todos.

Rodrigo: Estamos percebendo no Rio de Janeiro uma popularização de forma errada da música eletrônica. Sabemos que a música une as pessoas e ela é feita pra todo mundo, independentemente de raça, tipo físico, orientação sexual ou qualquer outro motivo, mas aqui o modismo e-music está atraindo pessoas que muitas vezes não sabe nem o que está acontecendo em determinado evento e cada vez mais as produtoras “grandes” visam atrair esse público com um line totalmente comercial para simplesmente ganhar dinheiro com isso. O que acha disto tudo?

Não acho que a música eletrônica é um modismo, faz tempo que ela chegou e ninguém precisa ser muito inteligente pra perceber que ela veio pra ficar. Como em todo estilo de música existem as pessoas que se aprofundam em conhecimento por gostar mais e ter mais afinidades e outras que estão ali só de passagem, mas que não deixam de gostar por causa disso. São afinidades relacionadas a gosto mesmo. Não acho um super pecado grandes produtoras fazerem line ups comerciais pra atrair mais público, o mercado da e-music movimenta milhões e milhões no mundo todo e aqui não seria diferente, existem festas e festas, públicos e públicos, cabe a cada um se posicionar em seu lugar. Pra bancar o cachê dos artistas que eu gostaria de ver precisaria de muitas pessoas na festa, e eu estou disposta a dividir meu espaço na pista com elas.

Rodrigo:O que você acha que mudou desde o inicio, onde você começou acurtir a música eletrônica até hoje em dia? Como você imagina a cena daqui a uns 10 anos?

Com o tempo naturalmente ficamos mais exigentes em relação às festas e à qualidade do som. Vejo muitas coisas positivas nesse ‘boom’ da cena eletrônica, só fico triste em ver festas de péssima qualidade poluindo nossa fama e pessoas um tanto quanto egoístas que se sentem ‘prejudicados’ ao ver que agora muita gente já conhece o que ‘só eles’ conheciam. Daqui há uns 10 anos imagino que surgirão muitos estilos eletrônicos novos, fusões de gêneros já existentes e várias outras novidades. Arrisco dizer que o electroclash vai virar moda e que teremos várias festas do tipo.

Rodrigo: Recentemente foi promulgada o projeto Lei nº 740 de autoria do Senador Romeu Tuma, e publicada no Diário Oficial em março deste ano, onde regulamenta a profissão DJ, trazendo direitos e deveres para tais artistas, como por exemplo, em festas onde tenha participação de artistas internacionais, deverá ter pelo menos 70% de profissionaisnacionais. Qual a importância deste ocorrido para a carreira de vocês?

Ponto positivo pra gente. É um meio (um pouco na marra) de valorizarmos nossos artistas brasileiros. Mas não tenho certeza que isso será cumprido..

Rodrigo: Você já consegue perceber que determinada música que ainda não tem uma grande aceitação ou conhecimento do público possa a vir se tornar um grande sucesso? No momento, tem alguma que se encaixe nisto?

Com certeza, existem inúmeras músicas que poderiam ser grandes sucessos, dá pra reconhecer de longe, normalmente são aquelas que parece que você já escutou em algum lugar. Eu chamo elas de “músicas que fingem ser comerciais mas não são!”rs. Pra fazer um check-up se liguem aí: Benny Benassi – Come Fly Away (Maurizio Gubellini remix) e Funkerman – Speed Up no mainstream, e The Rogue Element – Hive e 30hz – Daddio (Miles Dyson remix) no underground.
Rodrigo: Quais são seus sonhos e planos para o futuro como DJ?

Os sonhos são os planos..hehe. Pretendo ao longo do tempo ter meu reconhecimento e sucesso para poder tocar nas melhores festas e festivais do país,e depois viajar o mundo inteiro tocando pra diversos públicos diferentes. E o melhor: ganhando muito dinheiro pra isso! Não tenho pressa, tudo tem seu tempo.

Rodrigo: Muito Obrigado pela sua atenção e por ter respondido as perguntas. Agora, por favor, deixe um recado para todos os leitores do blog.

Obrigada você Rodrigo pela oportunidade de mostrar além do meu trabalho um pouco da minha filosofia perante a música. Viva a diversidade musical! Apreciem todo tipo de música, o bem que se ganha é valioso demais!


Set
Give me a Break

Instigante e diferente. Uma viagem completa entre baixos gordos, melodias suaves e penetrantes, vocais envolventes e um grande sentimento de bem estar. Uma união entre o agressivo e o relaxante, afinal, os opostos se atraem e resultam nas melhores sensações.

Link 1 (1 faixa de 63.30min):
http://www.4shared.com/file/84612934/14f113a0/Caroles_-_Give_me_a_break.html
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Link 2 (17 faixas separadamente. Não esqueçam de marcar ‘sem pausa entre faixas’ na hora da gravação):
http://www.4shared.com/file/84627706/ab3286a7/Caroles_-_Give_me_a_Break.html
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ORKUT: DJ Caroles
MSN: carolesramos@yahoo.com.br
SKYPE: dj caroles
MYSPACE: www.myspace.com/djcaroles

3 comentários:

Diogo Suzzato disse...

Parabéns!!!

Seu Blog é mto bom rapaz, continue assim, mto interessante!!!

Abraços,

_______________Diogo Suzzato!

Caren disse...

Caroles está arrebentando nas pistas. Parabéns!

Unknown disse...

Adorei a entrevista..Parabéns noritcha!!! bjusss