O Produtor e coordenador de eventos de música eletrônica, Brunno Montero, mostra nesta entrevista porque suas festas a cada dia que passa se torna um sucesso ainda maior, mostrando ser uma pessoa de personalidade forte e que se preocupa com seus "clientes", ele afirma que o Rio de Janeiro não possui mais uma cena eletrônica e promete novidades para a I Love Electro.
Rodrigo: Fala Brunno, para começar a entrevista se apresente aos leitores, comentando em seguida sobre como e quando surgiu a vontade de se envolver com o mundo da música eletrônica.
Olá, meu nome é Brunno Montero, sou produtor de eventos e coordenador artístico de alguns eventos do Rio de Janeiro,Sempre fui seduzido pela música eletrônica desde mulequinho, na época do fervo do TECHNO BEAT, aquilo era bom demais e um bom começo para começar a pesquisar sobre os outros estilos que vinham com força como a mãe HOUSE, e suas vertentes, sempre foi meu amor e juntou com meus estudos em eventos e comunicação social ao que eu realmente amava e amo até hoje, a música eletrônica.
Rodrigo: Conte-nos um pouco sobre o Brunno Montero como Produtor e o Coordenador? Qual sua visão sobre a cena e do público carioca? Qual a primeira festa produzida?
O Brunno Montero produtor é um pouco diferente do Brunno pessoa, ele é um pouco mais exigente e perfeccionista, ele é bem exigente e direto, ele prefere ganhar elogios à grana, acho que o melhor investimento que um produtor tem ao seu evento é o sorriso no final dele, seja de quem for, da staff ao público, o Coordenador apenas presta serviços aos eventos maiores com a coordenação de palco, line up, transfer de artistas, equipamentos e etc...Posso ser radical na minha visão, mas ao contrário do que todos pensam, o Rio de Janeiro não possui uma cena eletrônica, isso mesmo, não possui, já possuiu, mas os mesmos que faziam parte dessa 'cena' já fazem parte de outra cena totalmente diferente e em outros estados mais bem preparadosA minha primeira festa foi a ENJOY, que não era minha, mas era de uma grande amiga minha e eu tive uma participação beeem de perto, isso me ajudou bastante, trabalhei bastante nessa festa, isso me contou como produção e como experiência, mesmo não ganhando nada tenho boas lembranças.
Joana: Como você vê as festas daqui a alguns anos, tanto como produtor como publico?
As festas daqui a alguns anos serão escondidas e voltaremos aos bons tempos da fazenda alegria e espaço lonier, só para convidados e bem discretas.
Rodrigo: Diferente da maioria dos casos, vejo em suas festas uma grande preocupação com o público, sempre escutando opiniões, sugestões e críticas daquele. Qual a maior importância dessa parceria?
Não tem parceiro melhor que o seu próprio 'cliente' concorda? eles compram um 'produto' nosso, e pra voltar a comprar teremos que nos adaptar a algumas vaidades do mesmo, portanto isso é muito legal, e um investimento fantástico pro futuro do seu 'produto', uma pena a maioria dos produtores por aqui não ter essa visão/preparo.
Rodrigo: O que você acha que um DJ precisa ser e ter pra ser considerado de ótima qualidade? Qual DJ/Projeto você sonha em trazer pra uma festa sua?
Precisa ser DJ apenas, não um poser huahahuhuaahuuahExistem hoje em dia a diferença entre dj e posers, dj é aquele que se preocupa com a música, que frequenta o BEATPORT, aquele que sabe o que está fazendo, sabe se o som tá ruim, sabe ler o público e etc...., poser é aquele que se preocupa com as 'menininhas' se elas estão olhando ou não, que quer ser comprimentado e que necessita de uma atenção específica para que o olhem, nem que para isso ele tenha que soltar um 'been a long time' da vida rsUm projeto/DJ que eu tenho imensa vontade de trazer, nossa são muitos!, porém eu vou citar apenas 2, Trentemöller e Deadmau5.
Rodrigo: A I Love Electro sem dúvidas nenhuma, é uma das, senão a festa mais querida do público carioca. A cada edição que passa ela conquista um público cativo e vem crescendo ainda mais. Quais são seus planos para esta festa? Já tem algum DJ/Projeto marcado para futuras ILE's que você já pode divulgar?
A I LOVE ELECTRO foi um 'trabalho de faculdade', é uma marca/festa, e acreditem, é isso que o público espera, foi um estudo muito legal, e foi criada nos moldes de um grande festival indoor europeu, o I LOVE TECHNO, é uma gostosa homenagem, porém se focando em um estilo bem diferente.Meus planos para a festa já se concretizaram, estamos começando a tour da 'ILE' e aumentarmos um pouco a proporção da festa, saimos da boate que sempre fazíamos o evento e estamos com boas propostas de lugares para voltar a fazer, porém nada pode ser divulgado ainda, porém não temos intensão alguma de sair do centro do rio, portanto não temos pretensão nem negociação ainda com nenhum projeto ou dj.
Rodrigo: A pouco tempo você começou com a E-solidária que já está partindo para sua 7ª edição. Essa festa feita com o único objetivo de ajudar e ser solidário com os mais necessitados tem acontecido em um dos locais mais queridos do Rio, o Topo. Qual a importância dessa festa? E por que você acha que festas no Topo dão tão certo?
EU EU não né? uma união da minha empresa (WARP!) com o topo do rio e a photossintese e o idealizador disso tudo foi meu sócio/amigo/irmão André Panda (créditos totais a ele), de montar algo que ajudasse nossos 'irmãos', e foi gostoso demais fazer essa festinha, mais pelos apertos de mão e abraços, e tb pelos djs quase se matando pra tocar (risos).O Topo do Rio é família, é um lugar que traz paz (pena que sempre tem um zé rs), e isso faz com que as pessoas voltem ao topo, esse aconchego que o lugar proporciona, sei que sou meio suspeito pra falar, porém falo como público mesmo.
Joana: Em Novembro de 2008 você fez a Infinity Festival, como surgiu o projeto da infinity? Conte-nos um pouco sobre o conceito da festa.
A INFINITY nasceu em 2007 numa união minha, com o Panda, o Coyote e o Titan (antigo produtor de uma produtora antiga) e sempre teve como conceito de trazer a tona as vertentes mais 'roots', o fullon night, o dark psy e etc....
A Festival se inspirou muito na RESPECT de São Paulo, mas são poucos os daqui que tem preparo para uma festa como essa ainda.
A Festival se inspirou muito na RESPECT de São Paulo, mas são poucos os daqui que tem preparo para uma festa como essa ainda.
Joana: Diante de uma proposta diferente como a da Infinity, como foi a aceitação do publico em relação a festa? Ja existem planos para uma nova edição em 2009? Como o projeto deve agregar valor para a cena eletronica?
A aceitação foi fantástica, ouvíamos boas coisas da festa, e nossa intenção era fazer a atração da festa ser mais que os line ups, e sim as atrações artísticas e etc...
Planos não existem ainda, mas quem sabe né?
E esse projeto traz de volta alguns dos 'sobreviventes' de uma cena 'jurássica' que se desloca do Rio para outros lugares para curtir eventos do tipo
Planos não existem ainda, mas quem sabe né?
E esse projeto traz de volta alguns dos 'sobreviventes' de uma cena 'jurássica' que se desloca do Rio para outros lugares para curtir eventos do tipo
Rodrigo: Atualmente as vertentes do “low bpm” estão ganhando força na cena eletrônica. Como você analisa isso e qual seria o principal motivo para esse crescimento quase que instantâneo de uma vertente que era considerada de “fim de festa” e agora vem conquistando festas exclusivas só para ela?
Fim de festa sempre foi dito pelas 'más linguas' e as ignorantes também, até porque é uma das mais difíceis de se produzir por se tratar de viradas e melodias bem quebradas, então não teria de ser menosprezada assim, mas emfim, porém é muito legal ter eventos assim por aqui, tem a Molotov 21 que foca o minimal e o techno, tem a ILE com o electro entre outros....
Rodrigo / Joana: Quais seus planos e sonhos como produtor? E para vida pessoal? Esses sonhos se misturam? O que tem em mente para futuras festas e apresentações que possa nos contar?
Não, os sonhos não se misturam, huaahuhauhuahaEu sonho demais em constituir uma família, em ter um negócio em família, e ter um filho (quem diria que iria escutar isso de um produtor né? rs) sou muito família mesmo, sonhos como produtor? Fazer meu evento correr o mundo.As festas vão aparecendo mediante a propostas, por isso nunca tenho algo planejado mais pra frente, até porque sou meio ansioso, prefiro marcar tudo mais perto...
Joana: O que você acha da falta das transições nas festas de hoje? Isso é um ponto importante em uma festa?
Mesmo as pessoas não se importando com isso, isso chega a ser até importante pra saude auditiva sabia? (risos)É uma crescência ou decrescência de som e de potência, de bpms e etc...
E é sim um ponto muuuuuuuito importante nas festas.
E é sim um ponto muuuuuuuito importante nas festas.
Joana: A que você atribui, em primeiro lugar, os problemas com as autoridades que estão querendo proibir os eventos em determinadas cidades?
A más atitudes de supostos 'produtores de eventos', que usam isso para outros fins.
Rodrigo: Quando você começa a organizar uma festa, qual a primeira coisa que você faz? Para montar um line up, como são feitas as escolhas dos artistas, qual o critério utilizado? Percebemos que por diversas vezes você faz apostas em Djs novos em suas festas, quais que você acha quem tem um ótimo futuro pela frente e quais você não daria mais oportunidades, por quais motivos?
Djs novos mas com bons professores, e bons know how, e sempre damos oportunidades a djs que estão começando mesmo sem conhecer, pena que isso não seja aproveitado na maioria das vezes...Pra montar um line up eu vejo o que eu vou precisar, e eu vou analisando o fluxo de pessoas e o que elas gostariam de escutar, como um time de futebol, vejo quem é o melhor pra cada posição.
Rodrigo: Muito obrigado pela atenção e pelas respostas. Deixe um comentário sobre o que podemos esperar de suas futuras e festas? E mande um recado para o público!
Podem esperar surpresas agradáveis em meus eventos, e meu recado pro público? Passem a cobrar mais, que talvez a 'suposta' cena eletrônica volte a tona por aqui!
Gostaria aqui de deixar mais uma vez um agradecimento ao Brunno Montero por ter aceitado a participar desta entrevista, bem como por tudo que ele, junto com a Warp! e parceiros, como o André Panda, por exemplo, vem fazendo para a música eletrônica, trazendo festas e eventos com conceito, cultura e muita qualidade para que assim possa ser resgatada uma cena eletrônica carioca, que, o próprio, afirma não existir atualmente. Deixar também registrado meu agradecimento a Joana Stein que mais uma vez me ajudou a elaborar uma entrevista de qualidade.
Muito Obrigado a todos!
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