quarta-feira, 29 de abril de 2009

"Lara teve sua estréia na cena eletrônica em 2001, após alguns anos de conhecimento, comecou a tocar, e desde então, vem se destacando como uma grande revelação por onde passa.Tanta dedicação rendeu uma respeitável posição no cenário eletrônico nacional e um convite para fazer parte do selo mexicano Nebular Hypott. Possuidora de uma técnica incomum alia em seus sets, o carisma e a sensibilidade feminina ao fullon, abusando de melodias e sons cheios de groove. A Dj já tocou em festas e privates como: Goa Trance, Natural Trance, Sunset, Positive, Satisfaction e clubs como: Unique, Bunker, Emporium, Fosfobox, passando pelos estados de RJ, Minas Gerais e Ceará,se apresentando ao lado de artistas como: Wrecked Machines, Visual Paradoxx, X-Noize, Perplex, Space Cat, Cyrus the Virus, Ferbi Boys, Sesto Sento, Liquid Soul, Tim Healey,Time Lock, Dual Core,Tristan, DNA, Stereomatic, Alien Project, Bizzare Contact, entre outros."

Lara, como de praxe, por favor, se apresente para os leitores do blog.

Olá, meu nome é Lara Brittes, tenho 21 anos, e sou dj de Full on ha quase 4 anos.

Acompanho seu trabalho desde a Nasty Music de 2006, onde você fazia um VS com o Dj Allan Pinheiro e a partir de então passei a curtir sua música e prestar atenção o quanto as pessoas também estavam curtindo. Quando e por que você resolveu ser DJ de música eletrônica?

Eu entrei na cena eletrônica muito nova, com apenas 14 anos, isso foi em 2002, quando fui na minha primeira rave e fiquei apaixonada pelo estilo de festa, estilo de som, pessoas diferentes... Não sei muito bem o porquê, mas eu logo que conheci a cena, já tinha uma vontade enorme de ser dj, na época as únicas mulheres djs de full on aqui no Rio eram a Penélope e acho que a Marian Flow(se eu não me engano, ela tocava full on nessa época) eu achava o máximo ver as duas mixando. Me lembro de ficar em casa ouvindo uma música do Astrix que chama Junosis, e ficar com os olhos fechados, me imaginando tocando essa música, sem ter nenhuma idéia de como funcionava o mixer e os cdjs. Fiquei entre 2002 e 2005 apenas curtindo as festas, estudando as músicas e procurando um curso de dj. Em 2005 descobri o Conexão psy, onde rolava um curso ministrado pelo Roosevelt, me matriculei e fiz todo o curso, comprei meu equipamento e comecei a praticar, em poucos meses fui sendo convidada para tocar em algumas pequenas festas aqui em Niterói. Ano passado toquei essa mesma música(Junosis) em uma festa no Topo do Rio, foi incrível, uma sensação real de um sonho concretizado.

Quais os Djs e Projetos influenciaram seu estilo de tocar e de música?

Astrix, GMS, Infected Mushroom, 1200mics, Wrecked Machines, Beat Hackers, Perplex e outros (a galera que eu mais curtia na época) e djs como a Penélope, Marian, Livia, Tati, pessoas que eu admiro muito.

DJ ainda é uma profissão predominantemente masculina, ainda mais no fullon. Qual o principal motivo para ter escolhido tal estilo entre tantos outros dentro da e-music?

Amor mesmo, o full on é minha paixão, desde que conheci a cena, nunca mudei de opinião quanto a isso, e ser DJ é muito complicado, se não tocar o que você AMA de verdade, não vale a pena.

Já sofreu algum tipo de preconceito por ser mulher e estar nesta profissão?

Explícito não, nunca passei, mas acho que por tradição, e inconscientemente, muitas pessoas têm esse preconceito enraizado e acabam não acreditando no total potencial de uma mulher, justamente por ser uma mulher, mas acho que a cada dia isso vem diminuindo, a gente vê aí muitas meninas em ótimos horários nos line ups.

O que o fullon tem e que te “encanta” que as demais vertentes não tem?

Emoção.

Na mesma época que conheci seu trabalho, muitos Djs/Projetos estavam surgindo. E hoje em dia, poucos dos que “surgiram com você” continuam na carreira. O próprio Allan Pinheiro uma vez me disse que estava desiludido com a profissão, e por isso a largou, toucando apenas em poucas festas para amigos. Pra você qual o principal motivo para isto acontecer?

Como eu disse antes, ser DJ é muito complicado, o espaço é concorrido, existem muitos djs tocando de graça por aí e muitos que só tocam nas festas por terem o famoso "contato", isso resulta em um monte de festa com line up bastante fraco, isso causa uma certa irritação(rss) e logo, desilusão. Você pensa que está se esforçando a toa.

O que um DJ precisa ter e fazer para se destacar entre os demais, tendo em vista que percebemos que está é uma profissão um tanto quanto saturada?

Distinção, diferenciação, algo que chame atenção e ele não passe a ser apenas mais um dj no meio de tantos.

Ou você acha que “todos” tem seu espaço? Por que?

Acho que espaço tem para todos, o negócio é conseguir se manter nesse espaço.

Você acha que por tudo isso descrito acima, esta é uma profissão que vem se desvalorizando?

De certa forma sim, pois o que mais vemos hoje em dia, é essa enorme quantidade de djs nada qualificados, sem prática, ocupando espaços em line ups, isso faz com que "qualquer um" hoje em dia possa se tornar dj e tocar em uma "festinha", e é o que está acontecendo, de repente todo mundo virou dj. (rs)

Nítido é que que a cada dia que passa o low bpm vem ganhando mais espaço entre os eventos e amantes de música eletrônica, muitos djs de outras vertentes migraram para este estilo. Você, junto ao Ravi, começou a fazer transições nas festas. Por que desta escolha? E por que não fazer como a maioria e tocar, por exemplo, electro ou prog?

A transição, eu comecei a fazer justamente por causa do Ravi; Ele já fazia antes, e quando a gente começou o projeto Ravi & Lara, os produtores já estavam acostumados a contratar o Ravi para fazer transição, então eu aceitei o "desafio". Eu acho que esse lance do full on ficar nessa gangorra, uma hora está por cima, noutra por baixo, é muito questão de "modismo", a impressão que tenho, é que algumas pessoas não conseguem ter vários gostos musicais ao mesmo tempo, então escolhem um a cada momento, e defendem, como se não pudessem gostar dos dois, ou mais, e aí de repente alguém diz que o full on é música de "frito"e electro é música de gente madura, essa pessoa que não tem uma opinião muito formada, acata essa idéia e sai espalhando, e por aí vai. Quem gosta de verdade não passa por isso, ou então pode não gostar de um determinado estilo de som, mas não tem preconceito (isso pra mim não existe, preconceito com música, acho um absurdo) Então acho que como os djs e produtores têm que se adaptar ao público, muitos djs mudam de estilo para terem mais oportunidades, mais festas, ou talvez porque realmente conheceram um estilo de som novo que agradou mais... sei la, isso depende de cada um. Eu não troco o full on por nada, pelo menos por nada que eu conheço até agora. (rss)

Qual a importância de uma boa transição para o bom andamento de uma festa?

A boa transição faz com que a mudança de estilos musicais aconteça com extrema sutileza, a pessoa vai dançando, dançando, e quando repara, já mudou o estilo. Acho isso incrível, e o melhor é acompanhar o público mudando o jeito de dançar aos poucos.

Até hoje escuto que uma apresentação inesquecível sua foi um VS feito com o Allan Pinheiro na Sunset em que teve o Du Serena e a Tati Sanchez. Para você, qual sua melhor apresentação? Por que?

Hunn, não sei dizer qual foi a melhor, foram muitas apresentações que eu gostei muito, mas ultimamente, acho que a melhor foi na Ecológica, dia 17/04/09 em Volta Redonda, muito tempo que eu não via um público tão vibrante com o full on, a galera curtiu demais o set, e eu sei que foi uma ótima apresentação porque senti reconhecimento, e claro, reação da pista. Foi emocionante, valeu a pena demais.

O que te faz achar que uma apresentação sua tenha sido perfeita?

Reconhecimento do público, quando a pista reage muito bem às músicas, e depois a galera vem me parabenizar e mostrar o quanto gostaram, acho que nada é perfeito, mas isso mostra que seu set agradou bastante.

Como você vê a interação publico – Dj? Acha que isto é essencial para um bom andamento do set ou o bom andamento do set que reflete na pista, tornando-a dançante e única?

As duas coisas. as vezes pego pistas meio "mortas", talvez pelo horário, pela preferência musical, etc, dessa forma, dá uma certa desestimulada e o set que poderia ficar ótimo, fica mais ou menos. O meu humor, minha interação, depende muito da pista, eu me reflito nela, como um espelho. Se a galera estiver vibrando, pulando, eu vou fazer o mesmo, pois vai rolar troca de energia, se não, eu fico na minha, faço o set, mas não rola muita interação, e isso faz com que a apresentação passe de certa forma, despercebida. Acho que esse lance de interagir, depende muito do horário que você pega, da região... Já cansei de tocar o mesmo set em duas cidades diferentes, e em uma bombar muito, e na outra ficar morto.

Qual e onde foi o seu maior público? Qual a sensação de ver milhares de pessoas dançando ao ritmo de sua música?

Não sei se foi na GOA(JF) ou na Nit Parade, em ambas toquei pra um público maior do que 4.000. É uma sensação muito boa, sem dúvidas, ver aquelas pessoas todas ali curtindo você, seu som... saber que muitas foram à festa para te ver. Mas como eu disse anteriormente, não adianta nada tocar para um público de 10.000 se esse for "desanimado", eu prefiro tocar para 50 pessoas vibrando, do que pra 50.000 desanimadas, ou cansadas.

Lara, muito obrigado pela entrevista, espero que tenha gostado. Gostaria que deixasse um recado para os leitores do blog.

Obrigada você Rodrigo, adorei as perguntas.
Nunca desistam dos seus sonhos, por mais impossíveis que eles pareçam ser, saibam dos seus valores, personalidade, e não deixem que outros digam o que você sabe que não é !
É isso, desejo tudo de bom para vocês, muito AMOR, e que continuem curtindo meu trabalho(aqueles que acompanham e gostam :)
See ya ;)
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3 comentários:

Unknown disse...

Bela entrevista.
Fã numero 1 da Lara Brittes!!!!!! Hauhaua
Fullonzeira sempre!!!

Vinicius Campos disse...

Eu fui a ecológica e sou de volta redonda, e posso confirmar Lara mandou demais na pista sensacional!
Espero que ela volte para tocar a sua alegria em volta redonda!
Até a próxima!

Anônimo disse...

Lara é um doce de pessoa! Quem já conheceu: baba por ela até hoje... Muita personalidade! Sucesso eterno!