terça-feira, 19 de maio de 2009

Scrovinsky


O Jovem Produtor Elvio Sircili, mas conhecido como Scrovinsky mostra nesta entrevista porque tem sido considerado uma das maiores revelações da música eletrônica nacional. O Elvinho tem uma relação com música desde criança onde tocou em bandas de rock e em 2006 criou o projeto de sucesso, Scrovinsky, caracterizado pelas melodias, elementos psicodélicos e basslines bem definidos de um fullon único, alcançando assim um grande sucesso, tocando nos melhores eventos de música eletrônica do país ao lado de grandes nomes como Megaband, Krome Angels, Shanti, Pixel, Xerox & Illumination, X-Noize, Headroom, Dino Psaras, Bizzare Contact, Wrecked Machines, Vibe Tribe, Gataka, Liquid Soul, Rinkadink, Joti Sidhu, Visual Contact, Ultravoice, Electro Sun, Time Lock, Spade, Phanatic, Dual Core, Perfect Stranger, Cyrus The Virus, Electrixx, 220v, Stereomatic, entre outros.
Em breve Elvinho irá disponibilizar na internet o novo álbum do seu projeto Scrovinsky (ainda sem nome). O álbum contará com oito tracks, sendo quatro produzidas no software Fruity Loops e quatro tracks produzidas no Logic. "Resolvi identificar na relação das tracks quais foram produzidas no Fruity Loops e quais foram feitas no Logic. O Fruity Loops era o software que eu usava antes de migrar para o Logic. Para alguns pode ser interessante saber onde fiz cada track e acompanhar a evolução do meu trabalho", explica Elvinho. Confira a relação das tracks:

- Logic Session -
1 Scrovinsky - Rock Da House
2 Scrovinsky - Energy For Growth
3 Scrovinsky - Guys and Dolls
4 Armin Van Buuren - Shivers (Scrovinsky VS Victor Ruiz Remix)

- Fruity Loops Session -
5 Scrovinsky - The Crystal Wall
6 Scrovinsky - B-Side
7 Scrovinsky - Ask The Dust (Live Mix)
8 Scrovinsky - Return (Live Final Mix)

Fala Elvinho, muito obrigado por ter aceitado participar da entrevista. Por favor, faça um breve release de sua vida.
Tenho relação com a música desde criança tocando em bandas de rock como baterista, guitarrista e vocalista, assim criei em 2006 o projeto Scrovinsky. Com um Full on caracterizado pelas melodias, elementos psicodélicos e basslines bem definidos, o Scrovinsky já se apresentou em estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Alagoas.

Quais Djs e projetos influenciaram diretamente sua maneira de tocar? Como e por que?
Minha família é muito ligada a música. Meu pai e meu tio são guitarristas e vocalistas, tem bandas de rock e tocam muito bem! Desde que nasci sempre convivi com música, sempre ouvi bandas de rock dos anos 70 até as atuais. Acredito que o que mais me influenciou nas minhas produções foi esse universo que sempre vivi. Já dentro da e-music tem algumas coisas que curto muito e que sem dúvida influenciam na minha música. Astrix, Shanti, Wrecked Machines, Domestic, Neelix, os trabalhos antigos do System Nipel são alguns exemplos. Fora do estilo que produzo, mas ainda dentro da e-music, tem alguns projetos que acho muito bons, como: Orbital, Underworld, The Crystal Method, The Prodigy, Portishead, The Chemical Brothers, Massive Attack.

Escuto de muitas pessoas que gostam do seu trabalho por sua música foge do fullon convencional, o que vem sendo tocado constantemente em eventos. Qual a “marca” do som do Scrovinsky? Como você analisa sua música?
Essa é uma das coisas que me deixa feliz sobre meu projeto. Sempre ouço esse tipo de elogio! Eu tento ter algum diferencial e apesar de fazer algo mais comercial, tento sempre ter bom senso. Dentro do Psytrance a linha que separa o pop bom e o ridículo é muito frágil, eu diria. Sobre a marca do som do Scrovinsky, acredito que seja sempre as linhas melódicas, com os graves em destaque. Kick e Bass sempre estarão em primeiro plano para mim quando vou produzir.

Hoje em dia o que vem se destacando na música eletrônica é o ritmo muitas vezes denominado de low beats, e com isso, o electro, prog e minimal, por exemplo, cada vez mais vem tomando conta dos eventos, em geral. Para você, os Djs atuais devem ir de acordo com o que vem acontecendo na “cena” e se atualizar, tocando um pouco de cada ritmo? Por que?
A música eletrônica está sempre se atualizando, evoluindo, progredindo, independente das batidas por minuto. Eu acho que o produtor e o DJ têm que seguir o mercado como em qualquer outra profissão. Se o cara quer viver disso, tem que seguir o mesmo caminho da evolução da e-music. Isso não quer dizer que ele precisa abandonar um estilo e correr atrás de outro que está bombando mais. Eu enxergo essa situação como um momento de tentar inovar dentro do estilo que você trabalha.

Já escutei muito que o fullon é música de “frito” e o low bpm, música de gente madura. Sinceramente, discordo plenamente de tais denominações e acho que são denominações dadas por pessoas que “seguem modinha”, tudo é questão de gosto, as pessoas deveriam simplesmente assumir seu gosto musical, sem passar um visão preconceituosa sobre um determinado estilo. Como você analisa isso tudo?
Bom, você já respondeu a pergunta (risos).

Segundo Lara Brittes o fullon está vivendo uma gangorra, hora por cima, hora por baixo por causa de um modismo cada vez maior do “low beats”. Como você analisa tal afirmativa?
O Full on ajudou muito a abrir as portas para esses novos estilos de música que agora estão nos Line-ups das festas rave, pelo menos no Brasil. Há alguns anos as festas open-air contavam com projetos voltados mais para o High BPM. Ao mesmo tempo que pareça negativa essa situação de que o full on esteja “perdendo espaço”, é positivo, pois as pessoas estão descobrindo outros estilos além do Psytrance. Acredito que full on sempre terá seu espaço, pois acho muito difícil rolar uma festa rave de longa duração apenas com Low BPM. Pelo menos na minha opinião, fica muito enjoativo.

Em um mercado tão fechado e concorrido, vejo um som muito semelhante e coincidentes até em diversas músicas, sets e lives de variados artistas. O que se tem que fazer para deixar de ser “mais um” e se destacar no meio de tanto DJ bom?
Além de ter que ser bom naquilo que você faz (óbvio), o artista tem que buscar algo para se destacar. Em um mercado fechado e concorrido, buscar algum diferencial é uma boa chance de crescer. Ter carisma, humildade e os pés no chão também são essenciais.

Você já tocou por diversos lugares do país. Em qual deles você percebeu que realmente existe uma “cena eletrônica” e não um “comércio de música”, onde produtores de eventos só visam lucros? Por que?
Não tenho do que reclamar quanto a isso. Independente de cada região, tive a sorte de trabalhar até hoje para núcleos que sempre olharam para seus eventos não só como uma fonte de lucro.

Todos temos vários sonhos profissionais, nesses anos de carreira você já conseguiu realizar algum, qual ? E dos que não foram realizados, qual é o que você está correndo mais atrás para realizá-los?
Olha, meu sonho atualmente é tocar em outros países e também nos maiores núcleos do país, mas chegar onde cheguei em menos de dois anos tocando já é um sonho mais que realizado! Sou feliz demais por tudo que realizei, no trabalho e na vida em geral. Ver a pista bombar com suas músicas é um sonho realizado para qualquer produtor. Tocar em lugares que você nunca imaginou estar, conhecer pessoas, fazer verdadeiros amigos, ganhar admiradores de vários países, enfim, viver daquilo que você mais ama fazer!

Nesse ano de 2009 você teve a oportunidade de tocar no Soulvision Festival que acontece na cidade de Antinopólis interior de São Paulo, qual foi a sensação de ter tocado em um festival, existe algum festival em particular que você deseja mostrar seu trabalho e por quê ?
Para mim foi muito especial, principalmente pelo fato de eu ter estado em todas as edições desse festival e de ser bem perto da minha terra. Tocar em um festival é uma oportunidade de ter seu trabalho divulgado pelo país afora.

Pelas festas em que você tocou pelo Brasil, qual você destaca como a melhor e qual foi a sensação de ver o público delirando a cada música sua ?
Responder isso é difícil, pois cada canto que toquei tem uma magia diferente, um momento marcante, um tipo de público, etc. Já toquei para mais de dez mil pessoas, já toquei para dez
pessoas e isso não responde qual foi a melhor e qual a pior. Uma música minha pode me lembrar algo ali no palco e me fazer o dia; uma pessoa na pista pode transmitir algo maravilhoso para quem está tocando; a festa em si pode estar em perfeita harmonia com você... ou então isso tudo ao contrário. Não tem como dizer qual foi a melhor festa.

Atualmente você vem se dedicando a um projeto paralelo ao Scrovinsky, o Lithium que é uma parceira com o Vitor Ruiz ex-Prisma, de onde surgiu essa parceria ?
O Vitão foi um cara que conheci na internet em 2006 por causa das minhas produções, que na época eu fazia sem nenhum compromisso e jogava na internet. Ele também produzia e nos tornamos amigos. Nossos gostos sempre foram semelhantes e até que rolou a oportunidade de produzirmos juntos, logo quando ele abandonou seu ex-projeto Prisma no ano passado. É um grande brother, além de tudo!

O Lithium vem seguindo uma linha bem diferente do seu projeto e do antigo Prisma, quais projetos servem de inspiração para a produção de vocês ?
Como a linha do Scrovinsky é mais comercial e melódica, sempre tive vontade de produzir algo com uma pegada mais reta, mas seria complicado encaixar isso no meu projeto Scrovinsky e como o Vitão também estava mais concentrado em projetos assim, resolvemos levar o Lithium para esse rumo.

De onde surgiu o nome Scrovinsky ?
O nome Scrovinsky é uma história bem antiga. Eu era uma criança curiosa, que perguntava sobre tudo e as vezes, bem chata. Para se livrar e também tentar mudar essa mania, um tio meu começou a responder a palavra Scrovinsky para todas aquelas minhas perguntas. Quando eu perguntava “o que é isso?” a resposta era sempre “Scrovinsky”. Desde minha infância esse nome ficou grudado em minha mente e acho que funcionou! Falando nisso, foi esse meu tio, juntamente com meu pai, que me apresentou a música, sempre me deram instrumentos e me apresentaram os sons das melhores bandas de rock.

Uma vez você disse que tinha vontade de montar um projeto de low bpm, ainda tem vontade? Qual estilo você iria seguir e por quê ?
Estou gostando bastante de House e Techno, mas ainda estou conhecendo esse campo. Espero conseguir tempo e inspiração para logo logo ter um Live nessas linhas.

Elvinho, muito obrigado por ter disponibilizado um tempo para responder essa entrevista. Por favor, deixe um recado para os leitores.
Eu quem agradeço pela oportunidade! Espero que tenham gostado! Muita festa, felicidade e consciência!

Gostaria de deixar aqui meu agradecimento ao Rafael Donário, por me ajudar a criar esta entrevista que gostei bastante do resultado final. Espero que todos gostem também! Comente!

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