segunda-feira, 13 de julho de 2009

"O Ataque dos DJs Errados"

Cada vez mais com a glamourização da profissão de DJ e com a aparente facilidade que esta mostra ser, algumas festas vem “apostando” em celebridades para comandarem suas pistas, entre estas André Marques, Luana Piovani, Cleo Pires e Bruno Gagliasso. Além de todo o fascinío existente nesta profissão que tem se tornado o sonho de muita gente, há aquele de ser o centro das atrações, aquele que tem o comando de vários corpos em movimento ao mesmo tempo, e ainda o de poder influenciar e aparecer de alguma forma através de uma forma diferente de seu cotidiano. Porém não me parece certo e nem um pouco agradável em ver artistas que pouco tem a acrescentar a música eletrônica, como estes, que quase nenhuma ou poucas vezes tiveram diante ou sabem manusear um CDJ.
Mas como disse Camilo Rocha em sua matéria (que segue abaixo na íntegra) seria até bom ver um line que tivesse uma dessas celebridades seguidos de um DJ de verdade, pois quem sabe assim, as pessoas parariam para fazer uma comparação, e assim perceber o que é um DJ de verdade, um profissional de qualidade e que possui estudos e dedicação àquela profissão, enquanto aqueles são apenas "conhecidos" e provavelmente estão tocando as músicas contidas em seus Ipods ou "tecnologia" do gênero, sem ter a mínima preocupação e preparação para aquela atividade exercida momentaneamente.
“Quantas vezes você já não leu a seguinte frase: "(inserir nome de celebridade qualquer) ATACA DE DJ". A cada ano que passa, para mim pelo menos, fica mais difícil contabilizar. Uma rápida pesquisa de noticiário revelou que Giovanna Antonelli, André Marques, Adriane Galisteu, Luana Piovani, Bruno Gagliasso, Ronaldo Esper, Lucio Mauro Filho, Grazi Massafera e Giselle do BBB e Marisa Orth... todos "atacaram" de DJ nas últimas semanas.
Pois é, no começo achava estranho o uso desse verbo. "Ataca"! Atacar! Um ataque de DJ, como assim? Depois de um tempo, entendi a escolha. E achei mais do que apropriada. Quando uma figura dessas, que mal sabe localizar o "play", entra no som, é hora de procurar abrigo e se jogar no chão porque vai começar um ataque impiedoso aos ouvidos, ao bom gosto e à paciência dos ouvidos mais apurados.
A realidade não é tão bacana. Quem usa o "ataca" não está pensando, é claro, nesse ângulo negativo. Quando dizem que fulano "ataca" é mais num sentido "Uau!", "U-hu", um uso do verbo num clima de pura irreverência, empolgação e malandragem.
Já reparou que ninguém "ataca" de chef de cozinha ou de ator? Ou de VJ da MTV ou de editor de revista ou jornal. Estes são "convidados", fazem aquilo "por um dia", realizam uma "participação especial", "dão uma canja" ou ainda "dão uma de".
Existe uma percepção em muitos cantos do universo de que qualquer um pode subir lá e tacar umas músicas - sem falar que ser DJ é uma das atividades mais desejáveis da atualidade, principalmente a parte onde você é o centro das atenções da festa (estamos falando de "celebs", afinal...). A regra, então, é esquecer da humildade na hora de pagar de DJ. Por isso, ninguém "dá uma de DJ" nem faz uma "participação especial". Nego vai logo lá e ATACA!
Mas então, dá pra fazer algo a respeito, além de bufar nos fóruns online da vida? Sinceramente, não dá não. A mania por celebridade impregnou nossa cultura popular de tal maneira que é melhor se conformar com a farsa.
Minha sugestão: se não pode com eles... ria deles! É o que tenho feito aqui no meu trabalho com o pessoal cada vez que sabemos de mais um desses "ataques" devastadores.
Sei que tem nego pegando em armas cada vez que sabe que mais um global chegou perto de um CDJ. Também sei que uma das bandeiras dos movimentos pela profissionalização do DJ é justamente barrar a presença desses "amadores" nas cabines. Mas, por mais que a informação de que um ator de "Malhação" está prestes a soltar sua primeira música me mandasse direto para o bar, não consigo ser tão ranzinza assim.
Eu acho até que, a longo prazo, isso pode ser benéfico para os DJs de verdade.
Imagine um line-up assim: Bruno Gagliasso e depois Zegon. Ou senão Diego Alemão e depois Mau Mau. A ruindade da celebridade no som valorizaria ainda mais o bom profissional que entrasse na sequência. Seria como comparar água suja e uísque 18 anos. Numa situação de contraste tão brutal, muita gente finalmente teria um estalo e perceberia então do que é feito um bom DJ.”

Uma outra matéria retira do portal G1: "Celebridades se aventuram nos toca-discos e viram DJs de festas concorridas"
http://g1.globo.com/Noticias/Musica/0,,MUL1098688-7085,00-CELEBRIDADES+SE+AVENTURAM+NOS+TOCADISCOS+E+VIRAM+DJS+DE+FESTAS+CONCORRIDAS.html

3 comentários:

Unknown disse...

Pois é.... nao quero ter a oportunidade de um dia assistir a um "cleo pires live" ou "bruno gagliasso dj set"... será que eles realmente nao se tocam que fzm papel de ridiculos e nao estao abafando nem um pouco como Djs atacantes???....enfim....quem sabe um dia o simancol nao passa a ser vendido em todas as farmacias neh?!

Anônimo disse...

é... artistas e seus 'egos'.

adorei o texto, super pertinente.

Mar disse...

é... artistas e seus 'egos'.

adorei o texto, super pertinente.